sexta-feira, 22 de junho de 2012

EHJEH ASCHER EHJEH

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Eu não sou o que Eu não sou.
Eu sou o que Eu não sou.
Eu sou o que Eu sou
Eu não sou o que Eu sou.
Eu não sou o que Eu não sou.
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E Ele disse:

"Por benção e maldição, chegará o momento daquele que perceberá as consequências de suas escolhas, e se verá no Coração da Encruzilhada onde o Caminho da Verdade e o Caminho da Falsidade se cruzam.
 
Ele perceberá que aquele caminho que oferece o que ele mais deseja se manterá fechado pra que se realize aquilo que ele mais precisa. 
Ele perceberá que aquele caminho que oferece o que ele menos precisa se manterá aberto pra que se realize o que ele mais deseja.
 
Se for de caráter bom, ele não abraçará a Falsidade só pra compensar o caminho que lhe foi negado até então, em prol de sua própria maturação, e nas cinzas e no pó da rejeição e submissão ele encontrará alimento que nutra a sua redenção.
 
Se for de caráter ruim, ele abraçará a Falsidade como última possibilidade, vivendo das migalhas da sua própria perdição, em disputa com seus semelhantes, e se embriagará com seu próprio veneno, projetando o glamour de ilusões sobre si mesmo, em um auto-encantamento de morte, e também sobre os outros, através de seus truques, o tornado então exímio pelotiqueiro." 


("Procura o Fim no Princípio.")

Pelo Grande Dragão,
Devorador e Gerador de Si Próprio,
Que mascara o meu Eu e se reflete no Outro,
Que mascara o Outro e se reflete no meu Eu! 
Que Tu, Falso Buscador,
Sejas imolado e tomado em holocausto
Nos altares manchados de sangue,
Na ara da Antiga Adoração,
Que por três vezes abençoa,
Três vezes amaldiçoa
E três vezes torna grande e sábio!

HEKAS
HEKAS
ESTE
BEBELOI

sábado, 28 de janeiro de 2012

Passos

Todos os passos, não importa pra onde vão, continuam sendo passos, deixando pegadas, indícios, não de pra onde fomos, mas de onde viemos. E esse ponto de origem é comum à todos, nos colocando em pé de igualdade em nossas falhas, como os primeiros passos falhos de quando éramos bebês. Eu não sou psicólogo nem antropólogo, mas desconfio que nossos passos vez ou outra demonstram, em uma linguagem muito própria, traumas dessa infância de trajetos cambaleantes, e se repetem ao longo de toda a nossa caminhada de maneira estendida às nossas escolhas, nossas tendências, nossos atalhos.

Eu dou muito valor às atitudes das pessoas e abro concessões frequentemente porque também desejo que façam isso por mim. Pois pra toda essa metáfora de passos e caminhada, eu sou um zambeta assumido! Nesse mundo de gente louca, gente doente, é bom encontrarmos algo ou alguém que nos sirva de inspiração, de motivo, de bálsamo. Mas quando menos esperamos, notamos que tais pessoas continuam cometendo os mesmos erros dos considerados "tolos".

Mas, claro, a desculpa clássica é: o tolo não pode falar do sábio porque nunca foi sábio, mas o sábio pode falar do tolo porque já foi tolo.

Pois bem, pra quem me diz o que eu posso e o que eu não posso: se eu falo é somente porque tenho boca e se me mantenho calado é porque não há ouvidos disponíveis, nem de tolos nem de sábios, porque os primeiros não querem ouvir e os segundos só querem falar. Quem me julgar como um ou outro, já começa errando porque julga. Cuidar de si próprio, pelo visto, é sempre a melhor opção. E diferente das outras opções, ela sempre esteve e sempre estará ali disponível pro "Eu" que decidir cuidar do seu "si", sem esperar por ninguém. 

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"Depois de um grande susto, uma impressão, 
um dejavú talvez, de morte, de desilusão; 
em que as folhas das árvores vão caindo, 
ao tempo que novos brotos vão surgindo. 
O tempo segue, vai passando, 
passos continuam indo, 
passos continuam voltando." 

Mephisto